:: Texto de ambientação ::
a magnitude do espelhamento do Studio Gesto me convidou a trazer o tema da vaidade como uma questão central desta Série de Encontros e a todos os artistas lancei a pergunta “como você se relaciona com a VAIDADE no seu processo de criação?”, e cada encontro costurou essa pergunta a seu modo… a própria configuração do espaço para a conversa, sugerida por mim, provocava e atritava esse tema: os dois artistas convidados do dia ficavam comigo num banco que os posicionavam de costas para o espelho e os participantes-público se colocavam numa meia-lua em roda com os bancos, sentados no chão, de frente pro grande espelho. Nesse segundo encontro, Glaucus chegou e sentou muito à vontade no chão e me perguntou se não podíamos fazer a conversa assim, com todos sentados no chão; Mariana logo se sentou e eu trouxe logo pro meio da roda o suco e alguns biscoitos: e assim se instaurou o clima e o ambiente de nossa conversa… Glaucus sempre me encantou com sua presença forte e espontânea, e Mariana, que mesmo sem me conhecer, aceitou gentilmente meu convite, somou com sua presença atenta e delicada: a qualidade de relaxamento e entrega vigorou durante a conversa e questionamentos, que eu quiçá imaginei que pudessem surgir no Corpo Palavra, emergiram de forma surpreendente!
as perguntas que eu lancei pro encontro com Glaucus Noia e Mariana Patricio foram:
GLAUCUS NOIA:
– quais as relações possíveis entre corpo performático e palavra poética no seu processo de criação nas artes visuais?
– como você constrói um corpo ritual que seja um ato político?
– o que é um Corpo em Devir?
MARIANA PATRICIO:
– como a palavra alimenta a construção do gesto corporal?
– na sua relação com a escrita, quais são as sensações que vibram no corpo?
– quais são os caminhos de construção de uma dramaturgia corporal?
as perguntas entre artistas que não têm respostas:
Glaucus para Mariana: Que tipo de conexão existe entre memória, sonho e ato criativo?
Mariana para Glaucus: Qual a relação entre a Arte e a Natureza?
… … …
e as fotos: